Educação Sexual: um ensino de referência no desenvolvimento da sexualidade das crianças do Ensino Fundamental

Quando a criança ainda é muito pequena, é aceitável chamar o pênis de “pipi”, por exemplo, mas assim que tiver condições de entender melhor sobre o assunto, dê os devidos nomes a cada parte. Com as habilidades sociais sendo desenvolvidas, a criança começa a desempenhar o papel de menino ou menina. Nessa fase, muitas dúvidas passam a surgir, principalmente, relacionadas a como os bebês são feitos. Tome cuidado para não limitar seu filho com “coisas só para menino ou só para menina”. Quando as crianças conseguem desenvolver uma boa relação com a sexualidade, desde pequenas, tornam-se adultos mais conscientes, responsáveis e decididos sobre o próprio corpo. Para isso, eles podem indicar que os programas são garantidos a todos os alunos por estatutos legais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Série ‘Que Corpo É Esse’

“Mas especialmente na rede estadual, há instituições que promovem programas de educação sexual, porque é na escola pública onde se vê a gravidez na adolescência de perto e, consequentemente, a evasão escolar das meninas que ficam grávidas.” Ilana ainda lembra que, com a internet, a criança e o adolescente podem ter acesso a toda essa informação, mas sem filtro, sem alguém para ajudá-los a pensar, principalmente sobre abusos, gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis. Em seguida, é hora de ouvir o território, tentando entender de que maneira o contexto político, social e econômico da área influencia em questões relacionadas à sexualidade, e  quais afetam mais diretamente os estudantes. Por exemplo, se é uma área com altas taxas de gravidez na Xvideos adolescência, ou a que distância fica o posto de saúde da escola. Hoje, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estipula como finalidade da educação “o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania”, o que envolve discutir todos os temas que permeiam a vida cotidiana dos estudantes. Além disso, os parâmetros curriculares nacionais preveem a educação sexual nas escolas desde 1997.

Deste modo, reforça-se a necessidade de construir uma identidade cada vez mais saudável entre as crianças. Em qualquer âmbito da educação, será inválida apenas a técnica para a boa qualidade do ensino. O bom profissional da educação só desempenhará seu trabalho com excelência quando consciente e seguro da sua sexualidade, sabendo expor seus sentimentos e conquistas independentemente do seu sexo, motivo que gera muitas implicações no exercício de sua profissão.

O que ensinar na educação sexual?

O Guia para a Formação de Profissionais de Saúde e de Educação relata que foram os movimentos feministas que impulsionaram o reconhecimento social sobre os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, direitos que ainda são indiferentes às políticas públicas brasileiras. Apesar desse avanço na direção de maior promoção da educação sexual, são recorrentes projetos de lei pela proibição do assunto no ambiente escolar. O programa defende que aspectos relacionados à educação moral, religiosa e sexual devem ser tratados apenas no âmbito privado (na família), e não devem ser abordados no ambiente escolar. Desde 2007, os Ministérios da Educação e da Saúde atuam em conjunto por meio do Programa Saúde na Escola para instruir jovens sobre prevenção e promoção de saúde.

Por isso, converse com as famílias para detalhar como vai funcionar o projeto, quais assuntos serão abordados, e de que maneira. Também mantenha um canal de comunicação aberto para que as famílias possam acessar a coordenadoria ou a direção em caso de dúvidas. Alguns responsáveis podem ser contrários ao ensino de educação sexual na escola por questões religiosas ou morais. Assim, os gestores e professores devem conversar abertamente e explicar a importância do conteúdo.

Eu, minha criatividade, meu envelhecimento e a Vida Simples

Também declarou que não resta dúvida sobre a necessidade de a legislação brasileira e os planos de educação incorporarem perspectivas e planos sobre a educação em sexualidade e gênero. O desenvolvimento humano pode ser interpretado por diferentes ângulos, comportamentos sexuais e sociais, e para a sua compreensão faz-se necessário o estudo da vida humana desde o nascimento. O desenvolvimento é causado pelas mudanças no tempo e no espaço, que ocorre socialmente na evolução das capacidades humanas, no que se refere às funções afetivas, onde são localizadas as sexuais, intelectuais e sociais. O educador e a instituição escolar não podem desconsiderar a amplitude dos conhecimentos trazidos pelas crianças, por meio das suas competências, para a sala de aula. Sobre isto, Delval (2009, p. 20) comenta que “um dos objetivos da escola é levar os estudantes a formar representações adequadas do mundo em que vivem, o educador precisa ter como referência as ideias preconcebidas pelos estudantes para realizar sua tarefa satisfatoriamente”.

A psicopedagoga argentina Alicia Fernandez, em entrevista à Nova Escola, sobre as questões de gênero, reforça a necessidade de não limitar o trabalho da Educação Sexual, nesse caso o gênero, a técnica. Considerando que este “assunto é para ser trabalhado de maneira transversal, com constância, nas mais diferentes disciplinas” (2007, p. 28). Ou seja, do mesmo modo que o organismo, a sexualidade e a vivência humana vivem em constantes transformações.

A verdade é que éramos todos punidos moralmente e eu me sentia culpada, por isso não contei para meus pais o que aconteceu”, disse a fotógrafa. Ana Cláudia, da Unesp, faz parte de um grupo de formação de professores em diferentes escolas. “Quando eles se sentem mais seguros em relação ao que estão fazendo, tudo fica mais fácil. Usando bonecos, as docentes mostraram quais partes do corpo recebem o “sinal vermelho” – são os órgãos genitais, que só podem ser tocados pelos pais e mães, por exemplo, como na hora do banho. “A gente explica quem pode mexer ali na hora de ajudar na higiene, para eles terem noção de privacidade e de autocuidado”, explica Fernanda Henz, psicóloga e orientadora educacional dos anos iniciais da escola. Rodrigo Correia é educador da Reprolatina, e explica que o principal objetivo de um projeto em educação sexual deve ser o de criar espaços e possibilidades de compartilhar saberes e sentimentos.

Educação sexual não é apenas dizer quais são os métodos mais eficazes e quais doenças podem ser transmitidas através de um ato sexual desprotegido. O primeiro é dar aos jovens ferramentas para navegar por situações românticas normais com pessoas do seu convívio, em um cenário em que um ou os dois envolvidos possam ir longe demais com algo que eles não estão maduros para entender completamente. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. Dessa forma, a especialista orienta que os pais nunca reajam com repressão, explicando à criança que esse ato é normal, mas que não pode ser realizado em público. “O nível de complexidade [das explicações] vai aumentando”, diz Calegari.

Educação sexual para crianças: como falar com os filhos sobre o tema

No Brasil, as críticas vão no mesmo sentido, já que há programas isolados sobre educação sexual tanto na rede pública como nas escolas particulares, mas não há um projeto sistemático no currículo dos alunos. Um debate vem sendo travado na Grã-Bretanha depois de o governo anunciar um novo projeto de lei que determina que crianças a partir de 11 anos comecem a ter aulas de educação sexual, mais especificamente aulas sobre consentimento em relações sexuais. Segundo uma pesquisa realizada em 1999 e repetida em 2015 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas que tinham passado por algum programa de educação sexual iniciaram sua vida sexual mais tarde do que aquelas que não tiveram informação.

Além disso, também é recomendado e incentivada pela Unicef e adotado em diversos países pelo mundo. Além disso, o que é mais agravante, é que quase 18% das adolescentes de renda baixa se tornam mães. Entretanto, o mesmo não acontece na renda acima de 5 salários mínimos, em que a proporção não chega a 1%.

Contatos físicos forçados, como beijos e toques em partes do corpo, também são classificados como abuso. Ele é categorizado como estupro, e sua denúncia deve acontecer imediatamente. Então, se você não quer que o seu filho aprenda sobre a sexualidade de qualquer maneira, é seu papel apresentá-lo com segurança a esse universo. Para isso, é preciso se livrar do receio de falar a verdade sobre o assunto, e tomar todo cuidado para que o tema não se torne um tabu familiar. Muitas vezes, a pessoa que é abusada desde a infância, não sabe que está sendo violada.

A maneira de organizar a prática pedagógica também é parte importante do processo. Por isso, privilegie metodologias ativas, que promovam debates e reflexões e, sobretudo, deem espaço para os estudantes expressarem o que sabem, o que desejam entender e o que sentem sobre o tema. Para além disso, é entre os pares que a maior parte das informações circulam, daí a importância de trabalhar a afetividade e a empatia, bem como os sentimentos negativos e o que se pode fazer com eles para além de agredir o outro. “Isso tende a reduzir a discriminação e o bullying, e a fortalecer a rede de apoio”. Todo e qualquer trabalho de educação sexual deve fazer parte de um projeto de vida dos estudantes.