O que acontece com o corpo se você tomar um remédio vencido

“O risco mais comum é o medicamento perder o efeito, mas isso depende do tipo de remédio. Algumas classes podem causar mal-estar, enquanto outras simplesmente deixam de funcionar”, afirma. Além dos prazos de validade, também as condições de conservação são incluídas na embalagem do medicamento. O Infarmed aconselha que os medicamentos sejam “mantidos ao abrigo da luz, da humidade e de temperaturas elevadas”, acrescentando que estes produtos não devem estar na cozinha ou na casa de banho. Portanto, é importante ressaltar que tomar remédio vencido pode significar em um tratamento ineficaz, criar resistência de antibióticos, por exemplo, e até mesmo causar intoxicação e reações alérgicas mais graves. O prazo de validade de um medicamento é definido pelo tempo que o princípio ativo levará para reduzir 10% de sua eficácia e de sua potência originais.

Terminou o prazo. Devo ou não tomar o medicamento?

Isto significa que, até à data referida na parte exterior das embalagens, os fármacos estão em condições, são seguros e são eficazes no tratamento. Para garantir que os medicamentos mantenham sua eficácia até a data de validade, é fundamental armazená-los de maneira adequada. A farmacêutica Raiza enfatiza a importância de seguir as especificações do fabricante e manter os medicamentos em condições que preservem identidade, integridade, qualidade, segurança e eficácia. O cálculo é feito após estudos científicos e, de modo geral, a data de vencimento é de dois anos. Outra razão para respeitar a data de validade é no caso de medicamentos de uso sistemático, em especial os que mantém a qualidade de vida de um paciente. Ao longo da vida, são receitados diversos medicamentos e pomadas para diferentes problemas de saúde agudos.

“Remédios contêm substâncias químicas que estáveis e instáveis, dependendo de sua composição, e do meio em que se encontram”, diz Azanza. Mas tampouco o remédio poderá surtir efeito ─ é uma questão muito mais de eficácia de que tolerância. Também a utilização das mãos para mexer e aplicar as pomadas e cremes pode levar à contaminação do produto. “A partir do momento que a embalagem é aberta, o fármaco deixa de ser estéril [sem microrganismos]”, explica João José Sousa. “No entanto, apesar da utilização, o fármaco mantém-se microbiologicamente aceitável até à data indicada”, acrescenta. “Um fármaco é um composto químico e, como todos os compostos químicos, altera-se com o tempo em função das condições ambientais a que é sujeito”, prossegue a investigadora.

Farmácias devem oferecer pontos de coleta para descarte correto, conforme regulamentação. Quando se toma um medicamento vencido, em principio, nada de mal vai acontecer e são raros os casos de remédios fora do prazo que produzem efeitos tóxicos. Mas o que fazer quando a medicação já não está mais dentro do prazo de consumo?

Riscos de Medicamentos Vencidos: Eficácia Reduzida e Toxicidade

Em outros, ele pode provocar outros problemas, desde alergias até intoxicações. Nós não orientamos o uso de nenhuma classe de medicamentos vencidos”, esclarece. Ingerir medicamentos fora da validade pode representar riscos, como perda de eficácia e potencial toxicidade. A FDA alerta que remédios vencidos podem não ser seguros ou eficazes, com riscos de reações alérgicas, intoxicações e até choque anafilático.

“Este estudo permite estabelecer o prazo de validade após aberta da embalagem”, explica João José Sousa. O prazo de consumo depende também da região onde deve ser aplicado o fármaco, principalmente no caso das pomadas. Se for uma pomada oftálmica, a duração da validade após abertura interromper gestação é muito mais curta, porque existe o risco de colocar microrganismos nos olhos que já é considerado elevado após uma semana da abertura do fármaco.

Há aqueles que não podem ser colocados na geladeira e outros que devem ser conservados na geladeira”, pontua. “O ideal é que nenhum medicamento seja exposto a altas temperaturas, alta luminosidade e umidade”, explica. A diferença está mais nas consequências que a ineficácia do remédio pode causar. São feitas pesquisas de estabilidade que avaliam as características originais nos aspectos químicos, físicos, microbiológicos, terapêuticos e toxicológicos do fármaco. Outro risco é um aumento dos efeitos adversos esperados e até surgimento de novos, não previstos originalmente.

Dessa forma, isso não é proibido, desde que a informação quanto ao prazo esteja clara e ostensivamente colocada à vista do interessado na compra. Dependendo do caso, como em uma dor de cabeça, o mínimo que pode acontecer é a pessoa não sentir o alívio dos sintomas, se o analgésico ingerido já não tem mais eficácia, por estar fora da validade. Um estudo realizado pelo Food and Drug Administration (FDA), a agência federal dos Estados Unidos, pertencente ao departamento de Serviços Humanos e Saúde, constatou que vários medicamentos investigados estavam com as condições preservadas, mesmo após a validade. Portanto, conforme o que mencionamos até aqui, não é possível precisar a eficácia de um medicamento vencido sem um estudo específico.

Em Portugal, as condições consideradas normais de armazenamento representam os 25ºC (+/- 2ºC) e os 60% de humidade (+/- 5%). São também realizados estudos de condição acelerada, em que os medicamentos são sujeitos a uma temperatura e nível de humidade mais elevados para perceber se o fármaco aguenta, por exemplo, as condições de transporte. O prazo de validade após abertura da embalagem – também identificado como prazo de conservação ou prazo de consumo – pode vir referido no exterior da embalagem ou na bula do medicamento. O Infarmed, num documento informativo sobre a utilização de medicamentos em casa publicado em 2009, também aconselha os utentes a “nunca utilizar um medicamento após terminar o prazo de validade”. Sublinha ainda que “há medicamentos, por exemplo gotas para os olhos ou xaropes, que têm um prazo de conservação depois de aberto (mais curto que o prazo de validade)”, aconselhando a que “registe a data de abertura de embalagem, para evitar esquecimentos”.

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O que acontece quando um remédio está fora da validade

Por exemplo, antibióticos que já não têm mais a potência e a eficácia necessárias para combater uma doença bacteriana, ou medicamentos já ineficientes para o controle de hipertensão. Porém, como não há como averiguar isso em relação a cada medicamento vencido, a população em geral não deve consumir medicamentos que já tenham ultrapassado a data de validade, mesmo que sejam medicamentos caros. Ele explica que o prazo de validade está diretamente relacionado à conservação da substância ativa do medicamento e à possível interação com fatores externos, como o oxigênio e a umidade. Como a composição dos medicamentos varia bastante, não dá para determinar que todos os efeitos se degradam igualmente. Alguns podem se manter estáveis por um tempo após o vencimento enquanto outros perdem a sua segurança e eficácia mais rapidamente.

  • As reações químicas que ocorrem após o vencimento tornam o uso de medicamentos potencialmente perigoso, mesmo que os efeitos não sejam imediatamente perceptíveis.
  • Mesmo dentro da validade, o medicamento que não for guardado de forma correta pode não agir como o esperado.
  • Não vão para o lixo, porque prejudicam o ambiente”, afirma Alexandrina Ferreira Mendes, alertando que os fármacos “não atuam só nos humanos e podem influenciar todo o ecossistema”.
  • Por serem armazenados individualmente, não estão tão sujeitos à interferência do ambiente.
  • “O risco mais comum é o medicamento perder o efeito, mas isso depende do tipo de remédio.

A médica Inmaculada Posadas, professora de Farmacologia da universidade espanhola de Castilla-La Mancha (España), afirma que a lei se aplica mesmo se o laboratório produzir fórmulas que resistam mais tempo. Alexandrina Ferreira Mendes lembra que, de “cada vez que abrimos a embalagem”, o fármaco entra “em contacto com o ar”, o que torna a “degradação mais fácil”. Por outras palavras, continua, “não é como comer um iogurte fora do prazo, que pode causar uma gastroenterite”. Descreva o medicamento e a dosagem com a receita para elaborarmos seu orçamento.

“O fornecedor ou fabricante faz um estudo de segurança e eficácia dentro daquele prazo e isso significa que, após a data indicada, a eficácia e a segurança do produto não estão garantidas”, esclarece. Caso seja ingerido um medicamento fora de prazo, aquilo que pode acontecer é uma diminuição na eficácia da substância ativa, que já não é a mesma, porque ela vai diminuindo gradualmente ao longo do tempo. A regulamentação também determina que, antes de enviar os recipientes, as farmácias devem registrar no Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos o peso dos produtos armazenados temporariamente. Canetas de epinefrina também não devem ser usadas após a data de validade, mas exceções podem ser feitas durante uma situação de emergência como anafilaxia. “É um sinal de que o creme ficou tanto tempo sem ser usado que sua base ficou de um lado e o medicamento de outro. Pode ser usado? Talvez não vá causar danos, mas sua eficácia poderá não ser a mesma”, diz Azanza. Fatores como umidade, temperatura e a incidência de luz solar podem reagir com essas substâncias e modificar suas estruturas químicas.

De acordo com Azanza, o mesmo colírio não serve para o mesmo paciente, inclusive nos casos em que o problema original volte a se manifestar, pois a solução pode estar contaminda com bactérias e mesmo fungos por causa do contato com o ar. “Não há problema em consumir uma aspirina poucos dias depois da validade, mas em seis meses a quantidade de salicilato contida no comprimido é suficientemente alta para ser tóxica”, explica ela. Por outro lado, não deve colocar nesses recipientes “agulhas e seringas, termómetros de mercúrio, pilhas, aparelhos eletrónicos, material de penso e cirúrgico, produtos químicos, radiografias”, entre outros. A investigadora destaca ainda que os medicamentos com forma “líquida ou pastosa” têm uma maior possibilidade de alteração das características depois de aberta a embalagem. Esta segunda validade está relacionada com as características organoléticas do fármaco e com a quantidade de microrganismos que podem desenvolver-se com a utilização do produto e com o passar do tempo. “Nos alimentos, há formação, por ação de agentes externos, de outros compostos químicos que podem ser nocivos.


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